Publicado em por

Pode um teste de paternidade mostrar 100% na probabilidade de paternidade?

Pode um teste de paternidade mostrar 100% na probabilidade de paternidade?

 

 

Muitas vezes perguntam-nos no nosso apoio ao cliente, após terem recebido os resultados do teste de paternidade: "Se eu fui considerado o pai biológico, por que os resultados do meu teste mostram 99,99% e não 100% de probabilidade de paternidade?"

Esta é uma excelente pergunta e pode ser respondida com factos científicos. Aqui está uma explicação, em termos «básicos», sobre por que a probabilidade de paternidade nunca pode ser 100%.

 

Vamos abordar esta temática por etapas: Não desista já! Continue a ler, seremos breves.

 

Como um bebé herda o ADN dos seus pais?

Durante o processo de fecundação, o ADN de dois indivíduos juntos - mãe e pai - produz aleatoriamente uma combinação única de marcadores genéticos em cada célula. Essa combinação de marcadores é única para a nova pessoa que é «criada».

O material genético de uma criança é herdado dos pais em partes iguais, daí o genoma da criança, quando apresentado num relatório de paternidade reflete o ADN de 50% que recebeu da sua mãe e 50% que recebeu do seu pai.

Para que o homem testado seja considerado o pai biológico da criança, deve haver uma correspondência em todos os marcadores genéticos, em cada um dos alelos testados, embora possa haver uma exceção, quando ocorre uma mutação genética.

Mas a questão acaba por se manter, se não houve nenhuma mutação genética e existe uma correspondência em todos os marcadores genéticos então a probabilidade de paternidade não deveria ser 100%? Não. E é aí que entra a ciência.

 

Porque a probabilidade de paternidade nunca pode ser 100%?

A comparação da sequência de ADN de uma criança com um dos pais pode identificar se uma delas é «originária» da outra. Isto não significa que podemos alcançar uma probabilidade de 100%.

Ao considerar a possibilidade de paternidade (ou seja, um teste de paternidade positivo), sequências específicas são confrontadas com dados étnicos e usados ​​para calcular uma probabilidade de paternidade. A análise necessária para o teste de paternidade é obtida a partir de estatísticas e a única maneira de um homem ser considerado o pai biológico com 100% de probabilidade é se todos os homens do mundo com a mesma origem étnica também foram testados. Claro, que isso é impossível!

 

Fundamentos do cálculo da probabilidade de paternidade

Índice de Paternidade: A probabilidade de correspondência entre o alegado pai e o filho em cada localização genética tem o seu próprio cálculo, denominado Índice de Paternidade (IP). A correspondência nesse local é determinada por vários fatores.

Índice de Paternidade Combinada: Geralmente, testamos um mínimo de 21 marcadores genéticos e, como mencionado, cada um tem seu próprio valor de índice de paternidade associado. O IP (índice de paternidade) é multiplicado para obter o chamado Índice de Paternidade Combinado (IPC). E esse número é a probabilidade estatística de relacionamento.

No exemplo abaixo, o IPC é de 1.716.973.979. Este número pode ser lido da seguinte forma: O homem testado tem 1.716.973.979 (1 bilião 716 milhões 973 mil 972) vezes mais probabilidade de ser o pai biológico da criança do que um homem não relacionado e não testado, com a mesma origem étnica.

Lido de outra forma: O pai testado tem uma probabilidade superior a 1 bilião de vezes de ser o pai biológico da criança do que qualquer outro homem da mesma origem étnica.

 

indice_de_paternidade_combinado_codigoadn

 

Usando a força dos resultados genéticos no índice de paternidade combinado, calcula-se uma probabilidade de paternidade. Já estabelecemos que esse número nunca pode ser de 100%, a menos que todos os homens do mundo também possam ser testados. Mas quanto maior o IPC, maior a probabilidade de paternidade. Qualquer probabilidade acima de 99% é considerada conclusiva. Este exemplo mostra um CPI extremamente alto;

 

probabilidade_de_paternidade_codigoadn

 

Mas e se não houver uma «herança» num marcador genético?

Se não houver correspondência em um (ou mais) marcadores genéticos testados e a incompatibilidade, no marcador genético, não for devida a uma mutação conhecida, o IP (índice de paternidade) dessa localização será 0%. Isto significa que quando todos os Ip(s) são multiplicados juntos, esse 0% torna o Índice de Paternidade Combinado 0%, e o homem não é excluído como o pai biológico da criança que se encontra em teste.

 

Se o ADN de dois indivíduos não combina, então podemos dizer com 100% de certeza que um homem não é o pai biológico de um filho.

 

Então, o que isto tudo significa?

Uma probabilidade de paternidade de 99,99% é tão poderosa que é rotineiramente aceite como evidência em favor da paternidade por cientistas genéticos, juízes de tribunais e pelo Ministério da Justiça. O resultado é: uma probabilidade de teste de paternidade de ADN de 99,99% é forte o suficiente para um juiz permitir (ou negar) apoio à criança, um processo de imigração ou mesmo condenação em um caso criminal.

 

Atenção: Consulte sempre fontes independentes. Se detetar algum erro ou alguma imprecisão no decorrer da leitura, por favor envie-nos um email para info@codigoadn.pt com o relato.

Comentários: 0

Este tema encontra-se fechado. Não podem ser adicionadas mais respostas.