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Bebé nasce com aplicação de técnica controversa que combina ADN de três pessoas

Bebé nasce com aplicação de técnica controversa que combina ADN de três pessoas

Apesar de o objetivo da aplicação da técnica ter um final feliz, abriu pela primeira vez a porta para a iniciação de encomenda de bebés!

 

Já num artigo anterior, referimos as descobertas de uma cientista norte-americana relativamente à célula - CRISP-9, onde se podia alterar o ADN e escolher como seria o bebé a nível de inteligência, força e outras características superiores ao ser humano comum.

 

Na realidade esta técnica já tinha sido aplicada em 1990 mas os embriologistas que tentaram alterar o ADN de um bebé com o ADN conjunto de 3 pessoas não foram bem sucedidos. O bebé começou a desenvolver doenças genéticas e a técnica foi proibida, devido ao bebé ter mitocondrial de duas fontes diferentes;

 

Contudo neste caso relatado o objetivo da intervenção não foi a experimentação mas sim evitar que a criança herdasse uma doença genética fatal da sua mãe, esta havia anteriormente perdido duas crianças para esta doença uma aos 6 anos e outra aos 8 meses;

 

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O nascimento do menino foi publicado pela revista Fertility & Sterility. Devido à apreensão e questões levantadas pela comunidade de cientistas, estes (os responsáveis pela intervenção) irão apresentar todos os detalhes da adulteração numa reunião no próximo mês em Salt Lake City.

 

Atualmente segundo relatos da imprensa internacional o bebé nasceu há cinco meses. Não foi divulgado o local de nascimento do bebé mas sabe-se que atualmente este está a ser acompanhado no México pela equipa liderada pelo Dr. John Zhang do centro de fertilidade de New Hope, em Nova Iorque.

 

Atualmente a técnica não é aprovada nos Estados Unidos, mas em entrevista o Dr. Zhang disse "Que para salvar vidas, esta é a forma mais ética de o fazer."

 

O gene de ADN que a mãe carrega é conhecido como síndrome de Leigh, uma doença neurológica grave que mata normalmente em alguns anos, após o nascimento.

 

A síndrome de Leigh ou doença de Leigh é uma enfermidade que ataca o sistema nervoso central. É uma desordem hereditária que afeta crianças e em casos raros podem afetar adolescentes e adultos. Mutações no DNA das mitocôndrias ou no DNA nuclear (gene SURF1) causam degradação das habilidades motoras e eventualmente morte.

 

Na realidade esta técnica envolveu a remoção de parte do ADN da mãe de um óvulo, (o ADN que responsável pela doença) e foi injetado ADN saudável de um óvulo da dadora, que foi então fertilizado. Como resultado, o bebé herdou o ADN de ambos os pais e da dadora do óvulo.

 

A mãe, uma mulher de 36 anos de idade acrescentou que a sua gravidez foi sem complicações. E que em cinco óvulos foi escolhido um que era adequado para a utilização.

 

Os críticos questionam a segurança da técnica, e acrescentam que a criança terá de ser acompanhada durante décadas para se certificarem que permanece saudável. No entanto, também acrescentam que se passou uma fronteira científica fundamental, alterando o ADN herdado pelas gerações futuras. O ADN mitocondrial é passado de mulheres aos seus descendentes.

 

Ainda assim, no ano passado, a Grã-Bretanha tornou-se o primeiro país do mundo a permitir a criação de embriões humanos com esta mesma técnica. Nos EUA, um painel de conselheiros do governo disse no início deste ano que é ético testar esta abordagem em pessoas contudo as experiências iniciais têm de seguir alguns passos de segurança rígida.

 

Este relatório foi solicitado pela FDA - EUA, que atualmente proíbe e impede o Congresso de analisar qualquer pedido que lhe chegue neste sentido, para aplicação desta técnica.

 

Os cientistas dividem-se na concordância da aplicação da técnica. Por um lado está uma vida humana, por outro a alteração do ADN das próximas gerações poderá estar em causa, podendo os países com políticas abertas e menos éticos começarem a aceitar encomendas de bebés;

 

Hank Greely, um especialista em ética da Universidade de Harvard, disse que não vê nada de errado em usar a técnica se esta for segura. Mas alertou que a pesquisa não é ainda segura o suficiente para tentar criar um bebé, referindo que o nascimento relatado é "antiético, imprudente e imoral."

 

Dieter Egli da Fundação de Células-Tronco de Nova York, que tem feito um trabalho na área, foi cauteloso sobre as implicações do novo relatório.

 

"Eu não posso comentar nem me deslocar para ver este menino, porque na verdade pouco sabemos o que foi feito e não temos informações suficientes;” - "Temos que esperar" por um relatório mais completo.

 

Com tal procedimento em execução e sem saber exatamente que alteração foi feita ao ADN estrutural da criança temos que aguardar pela divulgação do relatório e começar a questionar a ética e regras rígidas na aplicação do procedimento. 

 

Atenção: Consulte sempre fontes independentes. Se detetar algum erro ou alguma imprecisão no decorrer da leitura, por favor envie-nos um email para info@codigoadn.pt com o relato.

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