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Como funciona um teste de ADN entre gémeos?

Como funciona um teste de ADN entre gémeos?

Quando pensamos em genética, um tópico fascinante é, sem dúvida, a desmistificação do código genético dos gémeos e de que forma é feita a distribuição e partilha do seu  ADN. Se está à espera de bebé e já tem a confirmação de serem gémeos, a próxima dúvida que se coloca é se serão gémeos verdadeiros ou gémeos falsos. Maioria das pessoas tem o conhecimento deste tipo de distinção mas não sabe na prática o que ela significa.

 

Os gémeos verdadeiros são como o próprio nome indica idênticos. Estes gémeos são genéticamente idênticos e quase todos os seus marcadores genéticos são os mesmos. Os gémeos falsos só partilham a mesma porção de ADN que irmãos. Mas muitas pessoas tem dúvidas sobre como isso funciona e se aplica nos testes de ADN e particularmente em testes de paternidade. A CódigoADN™ irá clarificar e explicar esta temática de forma a que se eliminem dúvidas, receios e curiosidades.

 

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“Vou ter gémeos, como isso aconteceu?”

 

O número de mulheres grávidas de gémeos aumentou consideravelmente nos últimos 20 anos. Isto acontece porque um terço das mulheres que têm bebés tem mais de 30 anos e estas são mais propesas a conceber gémeos mas também devido a medicamentos e tratamentos de fertilidade. Dois conceitos que deve ter em conta quando se fala em gravidez de gémeos são monozigóticos (gémeos verdadeiros) e dizigóticos (gémeos falsos).

 

Os gémeos monozigóticos ou verdadeiros são concebidos a partir de um único ovo fertilizado, ou seja por um único espermatozóide. Neste caso, só poderá existir um único pai biológico, uma vez que o óvulo é dividido após fertilização por um único esperma. As células que se formam nas fases iniciais do desenvolvimento (até oito dias depois da fecundação) separam-se em dois ou mais grupos independentes e cada grupo origina um único embrião. Se a separação das células ocorrer cedo (dois a três dias depois da fecundação), formam-se gémeos com dois âmnios, dois córions e duas placentas.Contudo, o mais comum é essa separação ocorrer depois e formarem-se duas massas celulares internas, que partilham a mesma estrutura do embrião. Nesse caso, os gémeos vão partilhar o córion e a placenta, mas cada um estará numa cavidade amniótica. Quando a separação se dá mais tarde , depois do nono dia, os embriões dificilmente sobrevivem ou, se a separação não for completa, podem surgir gémeos verdadeiros presos por uma parte comum do corpo e partilha de órgãos (gémeos siameses). Os gémeos verdadeiros são geneticamente iguais entre si e, portanto, são sempre do mesmo sexo.

 

A conceção de gémeos verdadeiros é considerada um acontecimento aleatório e não é influenciada pela idade, raça ou hereditariedade. Nascem 3 a 4 gémeos monozigóticos em cada 1.000 nascimentos.

 

Por outro lado, os gémeos dizigóticos ou gémeos falsos resultam de múltiplos ovos que são fertilizados por diferentes espermatozóides. Uma mulher extremamente fértil pode libertar mais que um ovo por ciclo menstrual ( sendo que um único ovo é o mais frequente). Ela pode libertar um ovo após 5 minutos do último, portanto se estiver sexualmente com dois homens num curto período de tempo, é possível cada um deles fertilizar ovos diferentes. Os gémeos resultantes crescem no mesmo útero mas tem, desta forma, pais diferentes.

 

Este tipo de gémeos tem sempre  dois âmnios e dois córions, com duas placentas e portanto podem ser concebidos gémeos com sexo diferente e consequentemente com código genético distinto.

 

Este é o acontecimento mais comum de gémeos e ocorrem frequentemente em tratamentos de fertilidade.

 

A formação de trigémeos, quadrigémeos, etc. é  mais rara e pode resultar da separação de vários conjuntos de blastómeros, de uma ovulação múltipla ou de ambos os fatores.

 

A identificação do tipo de gémeo pode ser feita a partir da comparação dos perfis genéticos realizados a partir de um teste de ADN assim como a identificação do/s alegado/s pai/s .

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“Como funcionam os testes de paternidade em gémeos?”

Antes de realizar um teste de paternidade que envolva gémeos terá de identificar qual a tipologia destes uma vez que esta informação é muito importante para a obtenção de dados conclusivos. Se o alegado pai é progenitor de gémeos falsos deverá por sermpre a hipótese que poderá não ser apenas um único pai. Se está indecisa em mais que um progenitor, o melhor é optar por uma colheita múltipla. Se por outro lado, o alegado progenitor tem gémeos verdadeiros só é possível um único pai, portanto há uma maior probabilidade de ser o pai.

 

“Os gémeos falsos são semelhantes aos outros irmãos?”

Assim como qualquer irmão e irmã, os gémeos falsos terão cerca de metade da sua constituição genética em comum. Eles irão partilhar cerca de 50% do seu ADN, o mesmo que qualquer irmão uma vez que cada indivíduo recebe metade do seu ADN da mãe e metade do pai.

 

“Ter gémeos falsos pode ser uma questão genética?”

Os gémeos falsos ocorrem quando mais de um óvulo é fertilizado. Algumas mulheres liberam múltiplos ovos em cada ciclo, uma condição chamada hiperovulação. As mulheres hiperovuladas são mais propesas a ter gémeos falsos. Uma tendência para hiperovulação pode ser um traço genético. No entanto, ter o gene para hiperovulação não aumenta as chances do homem de gerar gémeos falsos.

 

“Poderei ter gémeos de raças diferentes?”

Embora possa ser difícil de acontecer e até de acreditar, pode ocorrer. Este é o resultado de uma combinação de um em um milhão dos genes dos seus progenitores, que são mestiços. Se os pais são mestiços, seus óvulos ou esperma contêm o código genético para a pele tanto mais claro como escura resultado, em poucos casos, em gémeos com diferentes cores da pele. 

 

Atenção: Consulte sempre fontes independentes. Se detetar algum erro ou alguma imprecisão no decorrer da leitura, por favor envie-nos um email para info@codigoadn.pt com o relato.

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